Por: Eduardo Mello
O ano de 2011 vem sendo marcado por chatíssimas novelas no futebol brasileiro. Vivemos o réveillon com a trama de Ronaldinho Gaúcho, escrita por seu irmão Assis e envolvendo Grêmio, Palmeiras e Flamengo - por qual clube ele jogaria - foram momentos de tensão, festa armada sem o principal convidado, coletiva cheia de repórteres em um hotel luxuoso para dizer nada e os dirigentes dos clubes fazendo papel de bobos. Por fim, a coisa cansou, a audiência caiu e os cariocas fizeram a festa real para o R10.
E o que falar da unificação dos títulos nacionais? Nem foi novela, foi rápido e rasteiro, mas deu muito pano pra manga depois. De uma só vez, a CBF saiu distribuindo títulos e mudando todo o passado do nosso futebol. Até eu pensei em entrar na justiça e pedir o reconhecimento do campeonato de botão que ganhei em 1981, mas os gremistas iam ficar zangados em dividir o título. Então deixei pra lá.
Outra trama, muito mal explicada, envolveu o amor de um jogador em fim de carreira com o clube que o revelou. Rivaldo voltou para o Mogi Mirim como presidente, craque do time e garoto propaganda. Seu objetivo era aproveitar os últimos lampejos de seu futebol e levar o time para as finais do Paulistão. Aí veio o São Paulo, rapaz belo e rico do Morumbi, e o sonho caipira terminou, o pentacampeão do mundo partiu de mala e cuia para a cidade grande e deixou seu antigo amor aos prantos. Foram-se os patrocinadores, os torcedores e, cadê o presidente? Até este se foi.
E como esquecer o drama do Corinthians? Tudo bem que este está mais para minissérie, depois de todo o trabalho realizado em 2010 para conquistar uma vaga na Libertadores, eis que vem o Tolima, time Colombiano vestido de Chapolin Colorado, protagoniza uma enorme zebra e elimina o Timão. Entre lágrimas e lamentações, surge a fúria de alguns torcedores incontidos. Como em um roteiro barato, Roberto Carlos e Ronaldo passam de heróis a vilões, o primeiro vai embora e, para o segundo, chega ao final a história de um dos maiores craques do futebol brasileiro.
Novela terminada, nova trama que começa. E esta promete modificar os rumos do futebol brasileiro, transformar nosso campeonato em algo como a Liga Inglesa; é chegada agora a hora da Licitação do Brasileirão. Um jogo político dos mais chatos que já vimos. Clube dos Treze contra CBF. A Liga da Justiça dos clubes, vulgo C-13 mostrava uma união incrível, os clubes unidos, prontos para extorquir o máximo de dinheiro das emissoras que quisessem passar seus jogos na telinha. Foi então que a grande mandatária do nosso futebol surgiu com uma certa taça de bolinhas. Primeiro, oficializou que o Sport era o único campeão de 1987 (na distribuição de títulos, só o Flamengo não ganhou um) e, com isso o São Paulo recebeu a maldita Taça de Bolinhas (prêmio dado pela Caixa Econômica para o primeiro clube que conquistasse o título nacional cinco vezes) com um enorme sorriso. O Flamengo esperneou, xigou, brigou, mas tal qual uma amante abandonada, só pôde prometer vingança. E ela veio rapidamente. Na hora da união dos clubes, o Rubro-Negro puxou a corda dos grandes cariocas e começou a romper a unidade que existia no C-13. E não é que logo depois a CBF voltou atrás com sua decisão e passou a considerar o Flamengo campeão de 1987, ora bolas, Bolinhas para a Gávea.
Mas a novela da licitação não se resume só a bolinhas, o mosqueteiro corintiano Andres Sanches fez sua "Revolução", mas nada de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", ele queria mais dinheiro para o seu Corinthians e, com isso, apunhalou o Clube dos Treze e foi embora. Vários outros clubes saíram da licitação, mas não saíram da entidade, que manteve o processo em andamento.
As duas maiores emissoras interessadas em comprar o produto caíram fora, a Rede Globo anunciou que não iria participar mais da novela (logo ela, referência de teledramaturgia no Brasil). A Record quis colocar mais suspense na trama, deixou para abandonar o barco nos segundos finais do último capítulo. A RedeTV!, que nem novela faz, acabou surpreendendo e vencendo a licitação com um valor que serve de esmola na Liga Inglesa. Mas esta novela, infelizmente está longe de acabar, e nós ainda teremos que aguentar mais capítulos desta chata e insossa trama.
Mais alegre é a comédia do Palmeiras, lá o Felipão jura que não briga com Valdívia e com o Kleber, mas no twitter, o atacante diz outra coisa. A polêmica durou uma semana com o técnico afirmando que não existia nenhum problema. A novela ainda não engrenou, mas promete muitas emoções. Assim como a trama intitulada "O Ganso quer voar". Será que a revelação do Santos terá seu desejado aumento, ou irá brilhar nos gramados de Milão? E se for? Com que camisa irá jogar? Não perca os próximos capítulos desta novela do Peixe.
Para terminar, temos a mais nova trama da Gávea (ô lugarzinho bom para ter novela), esta quase pode ser intitulada "A volta dos que não foram", mas será que Adriano (dispensado pela Roma e desempregado) vai voltar mesmo? Ronaldinho já disse que quer o atacante no Flamengo, Luxemburgo disse que "Adriano está fora da filosofia do Flamengo. Ele não cabe aqui", muitos capítulos vão acontecer até esta novela terminar, mas aposto em final feliz e com o Imperador vestindo novamente a camisa rubro-negra.
Isso tudo aconteceu só neste ano, e ainda estamos no início de março. Mas chega de novela, nosso assunto aqui é marketing e negócios.
1 comentários:
Novela Adriano encerrada. É do Coringão.
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