sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fifa vacila e Copa 2014 já tem produtos piratas nas ruas

Por: Eduardo Mello

A Fifa criticou a CBF por causa das obras visando a Copa de 2014, mas lembrando o velho ditado: “deveria tomar conta do próprio rabo antes de falar dos outros”. Ok que faltam três anos e estádios e aeroportos estão com seus cronogramas de entrega bastante apertados (para dizer o mínimo), mas a entidade máxima do futebol também não definiu ainda uma estratégia de venda dos produtos oficiais da competição, e com isso, os piratas já estão fazendo a festa e faturando.

A Fifa joga a culpa do vacilo na falência da Global Brands Group (GBG), empresa que detinha a exclusividade mundial nos licenciamentos, e que declarou insolvência há quase cinco meses. O problema é exatamente o prazo. Quase meio ano se passou e nenhuma outra empresa foi contratada para cuidar de um dos mixes de produtos mais valiosos do planeta.

Com uma pesquisa rápida no site de leilões virtuais do Mercado Livre o internauta encontra de tudo, desde uma camiseta com a logomarca oficial (com selo da Fifa) custando R$ 25, até pôsteres dos estádios da Copa (errr, que por sinal ainda não estão prontos).


Por causa da falência da GBG, a Fifa informou através de sua assessoria no Brasil que não existe uma data para o início das vendas de produtos oficiais já que fará uma reavaliação de toda a estratégia de marketing para o Mundial (a festa dos piratas pode continuar). O contrato entre a entidade e a empresa (com sede em Singapura) tinha validade até 2014, mas em novembro de 2010, a GBG faliu declarando uma dívida de 150 milhões de dólares (curiosamente após captar com a Copa da África do Sul).


E é bom a Fifa se apressar para escolher o novo parceiro e definir uma estratégia de licenciamento e proteção dos produtos. Para se ter uma ideia, segundo o balanço disponível no site oficial, a Copa do Mundo de 2010 rendeu à entidade uma receita de 3,655 bilhões de dólares (R$ 5,884 bilhões), contra uma despesa de 1,298 (R$ 2,089 bilhões). A venda dos direitos televisivos, responsável por 65% do que entrou nos cofres da Fifa, ainda é a maior fonte de renda. Mas os direitos de marketing responderam por 44% da receita da Copa.

“A FIFA tenta ao máximo restringir a comercialização de produtos que usem marcas protegidas sem autorização”, diz a sua assessoria. “Primeiramente, toma medidas para assegurar a proteção das propriedades intelectuais em concordância com as leis de marcas e patentes vigentes. Além do mais, informa as autoridades sobre como diferenciar produtos não autorizados dos genuínos oficiais. Trata-se de uma tentativa de restringir a entrada de tais produtos no Brasil.”, complementa.

Outra curiosidade que também está à venda no Mercado Livre é o endereço eletrônico www.copa2014.net e custa R$ 18 mil, o provedor fica localizado na Inglaterra, o que torna a compra e seu uso legais perante à lei brasileira.

Vamos lá, Dona Fifa! Temos vários problemas por aqui sim, merecemos críticas e o Sr. Ricardo Teixeira nos deve muitas explicações, mas deixar de faturar com o marketing gerado por uma Copa do Mundo na época em que vivemos? Este erro é primário.

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