Luiz Razia, de 22 anos, é piloto de teste da Team Lotus, mas seu futuro na Fórmula 1 é incerto. Na sua justificativa, faltam 5 milhões de euros para a sua entrada, valor de patrocínio necessário para correr na equipe. “Não é todo mundo que tem”, lamentou. Para o corredor, por ser brasileiro seu sofrimento é maior do que o de outros pilotos da categoria.
A justificativa de Razia é que as grandes empresas brasileiras têm pouco interesse em patrocinar um jovem piloto de Fórmula 1, com receio de possíveis maus resultados no início. “Estão perdendo uma boa oportunidade”, afirmou.
Para o piloto da Lotus, as empresas só se arriscam para colocar a marca em nomes consagrados. Razia citou casos como o do Guaraná Antarctica com Felipe Massa e Gillette com Bruno Senna como exemplos dessa situação.
Há dois meses, o sobrinho de Ayrton Senna foi colocado como embaixador da Gillette, junto com atletas como Paulo Henrique Ganso e Kaká. A marca patrocinou a entrada do piloto na Fórmula 1, com suporte à Lotus Renault.
Já o Guaraná Antarctica fechou com Felipe Massa em 2010, usando sua imagem em comerciais da marca. Na época, a Ambev usou o fato de ser a primeira marca brasileira a patrocinar o atleta como chamariz para o acordo.
Luiz Razia também não se anima com um possível patrocinador estrangeiro. Para o piloto, suportes de empresas de fora do Brasil para um piloto brasileiro são raros. Nesse caso, citou o colega César Ramos, da Fórmula 3 Italiana, que conseguiu um suporte de uma companhia do país de sua categoria.
O discurso de dificuldade de patrocínio não é uma exclusividade de Luiz Razia ou da Fórmula 1. Atletas brasileiros de diversas modalidades já fizeram lamentações públicas sobre o assunto. O caso recente mais notável foi de Torben Grael. Ouro olímpico em 1996 e em 2004, o velejador alegou falta de aporte para não disputar os Jogos de Londres, em 2012.
Por outro lado, Luiz Razia afirmou que o valor necessário para entrar na Fórmula 1 não é elevado. Na presença de representantes da General Electric, patrocinadora da Team Lotus, o piloto indagou: “Para uma grande empresa, cinco milhões não é nada. O que são 5 milhões de euros para a GE?”.
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