terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Brasil usa o markentig esportivo para se aproximar de clubes europeus

No final de 2008, a Editora Abril publicou em seu site (www.abril.com.br) uma matéria a respeito da diferença entre o marketing esportivo no futebol europeu e brasileiro. O resultado foi um verdadeiro banho que o Velho Continente deu. A diferença era inigualável para o padrão sul-americano, embora aqui esteja uma grande fatia do bolo a ser explorada. Para ter uma ideia, com 18 clubes, o Campeonato Alemão somava 103,8 milhões de euros, aproximadamente R$ 343 milhões, em patrocínios de camisa. No Brasil, o clube que mais faturava com patrocínios de camisas era o São Paulo que recebia R$ 16 milhões da LG. Juntando os 20 clubes da Série A do Brasileiro daquele ano, ainda assim, não haveria a possibilidade de se chegar perto disso.

A mesma matéria mostrava que o disparate era maior quando o assunto era TV. Enquanto os 20 clubes da Série A se satisfaziam com R$ 420 milhões anuais pagos pelos direitos de televisão, os clubes da Premier League, a elite do futebol da Inglaterra, ganhavam algo em torno de 545 milhões de euros da SkySports, outros 162,3 milhões de euros da Setanta, 43 milhões de euros da BBC e mais 258 milhões de euros por transmissões internacionais, totalizando cerca de R$ 3,5 bilhões - quase nove vezes mais vantajoso que o futebol brasileiro. E isso sem falar na venda de materiais esportivos e mídias nos estádios que poderiam engordar os cofres dos clubes brasileiros. A aposta dos especialistas na área era que, só quando os clubes se tornassem empresas, as agremiações poderiam lucrar lucrar com o marketing esportivo e não apenas viver da venda de atletas que já estão com parte do passe nas mãos de um empresário ou de vários. 

Dois anos se passaram e a distância entre Brasil e Europa no cenário econômico do futebol continua grande. Mas algumas coisas mudaram no que diz respeito ao marketing. O Corinthians deu uma aula de como fazer dinheiro com a contratação de Ronaldo. Se, em campo o camisa 9 do Timão não conquistou os sonhados títulos, fora dele faz jus ao apelído de Fenômeno. A torcida lota os estádios para assisti-lo, compra camisas e produtos ligados ao craque e ao time e ajuda na vinda de outros jogadores como no caso de Roberto Carlos.


Caso semelhante se repete agora no início de 2011 no Flamengo com a chegada de Ronaldinho Gaúcho. O clube, que viveu em 2010 um dos piores anos de sua história, resurge como campeão de vendas do verão graças ao camisa 10, e promete uma linha de produtos ligada ao novo ídolo rubro-negro.


Enquanto isso, na Europa, o presidente da UEFA, Michel Platini, procura formas de limitar os gastos dos clubes em contratações e salários, pois os mesmos gastam mais do que arrecadam e se tornam alvos fáceis de milionários nem sempre bem intencionados, ou com um passado duvidoso.


Na última temporada, o Brasileirão foi transmitido para França e alguns outros países europeus. É possível que, com a vinda de Ronaldinho Gaúcho e a presença de Neymar, Ganso e Ronaldo, somado com a proximidade da Copa de 2014, outros países se interessem em comprar os direitos de  transmisão do Campeonato Brasileiro, aumentando assim a arrecadação dos clubes e possibilitando que os mesmos tenham mais poder na hora de negociar a renovação deste contrato.

Muito se fala em adequação ao estilo europeu, mas será este o modelo que o Brasil deve realmente seguir? Ou a manutenção de nossos craques em um campeonato organizado e com dirigentes profissionais  que saibam utilizar o marketing do clube a seu favor, pode sinalizar um novo modelo lucrativo de gestão? 


Só o tempo dirá.

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