domingo, 30 de janeiro de 2011

Afinal, de quem é o Vasco?

O Vasco começou 2011 pensando em utilizar as suas estrelas Felipe e Carlos Alberto para reforçar sua campanha “O Vasco é meu”, que visa abranger 100 mil torcedores contribuindo mensalmente com o clube. Com a péssima campanha no estadual, a queda técnico PC Gusmão e iminente saída dos dois craques, como fica o marketing do clube? E agora, de quem é o Vasco?

Iniciada em 20 de maio de 2009, quando o Vasco disputava a Série B do Campeonato Brasileiro, a campanha foi idealizada pelo vice de marketing do clube na época, Fábio Fernandes, e desde sua criação utilizou estrelas do mundo pop convidando o torcedor comum a fazer parte deste grupo junto com os outros 99.999 torcedores.

O torcedor poderia optar por três categorias de sócios: Sócio Proprietário (R$ 45,00 mensais e R$ 500,00 o título), Sócio Geral (R$ 30,00 mensal e R$ 100,00 pelo título) ou Torcedor Vascaíno (R$ 20,00 mensal). O pagamento poderia ser feito por boleto bancário ou cartão de crédito.

O inicio do projeto não poderia ter sido mais animador com a adesão de 1.830 sócios em suas primeiras 4 horas no ar. Três meses depois o sucesso continuava intenso. O Gigante da Colina celebrava a proximidade da marca de 20 mil sócios em dia, com o aumento do quadro social do clube em 20 vezes. A arrecadação de R$ 800 mil líquidos era quase toda destinada ao pagamento de salários dos funcionários.

“A comoção da torcida é muito grande. Torcedores de fora do país se tornaram sócios. A expectativa é a de que tenhamos 50 mil cadastros até o fim do ano” apostava Marcos Blanco, diretor-executivo de marketing do Vasco na época.

O clube foi campeão da segundona com apoio de seus torcedores, fez festa, recuperou sua estima, mas não conseguiu reverter este momento para sua campanha de fidelização de sócios. No final de abril de 2010, o número de sócios contribuindo regularmente havia caído para 12.821 pessoas e o cadastro não havia atingido a esperada marca dos 50 mil torcedores. A inadimplência chegava a alarmantes 36.817 sócios e se tornava o principal obstáculo para o sucesso financeiro do projeto.

Em agosto, o clube mudou sua estratégia, substituiu astros pop como os vascaínos Marcos Palmeira e Fernanda Abreu por sues craques da bola Felipe e Carlos Alberto (veja o vídeo). E outra ações pontuais como o “Locutor por um dia” (o torcedor que melhor narrasse um gol histórico do Vasco ganharia uma adesão ao plano gratuitamente).



Mas a péssima campanha no Brasileirão não ajudou o marketing do clube. No final de novembro, somente 10.150 sócios estavam em dia com o programa e 45.990 inadimplentes, ou nem mesmo chegaram a pagar a primeira mensalidade.

“Trabalhamos com o torcedor, que é movido pela emoção. Os resultados do futebol em 2010 infelizmente não foram o que nós gostaríamos. Não tem jeito e isso não mexe apenas com o programa de sócios, interfere também na venda de produtos licenciados, camisas oficiais... O futebol é o carro-chefe de tudo no clube”, admitia Marcos Blanco.

Na mesma entrevista, Blanco revelava que o clube já tinha planos para incrementar o programa em 2011, “Vamos ampliar a forma de pagamento. Queremos que cada vez mais torcedores coloquem o pagamento do programa no débito automático. Isso porque, quando ele recebe o boleto bancário, se está chateado com o desempenho da equipe, será a primeira conta a deixar de pagar”.

Com os resultados em campo não ajudando, o final da temporada se aproximando e o rival Fluminense lutando pelo título, a campanha televisiva foi reduzida ao mínimo no final de setembro (sendo veiculada somente em dias de jogos do Vasco com transmissão o vivo), para voltar com força no início do Campeonato Carioca.

Depois do início pífio com quatro derrotas (uma para o Flamengo), queda de treinador, brigas internas e afastamento dos dois craques, o que fazer com o comercial em que Carlos Alberto afirma: “Eu fiquei porque o Vasco é meu” para depois Felipe dizer: “Eu voltei porque o Vasco é meu”?

Qual solução o atual vice de marketing do clube, Fabio Fernandes, vai tomar para tentar manter o combalido programa vivo. Ou será que chegou o momento de enterrar de vez o projeto?

Fontes: Vasco, Jornal  Lance, Agência Rio de Notícias

0 comentários: