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sexta-feira, 1 de março de 2013

Clubes do Rio viram vitrine


Impulsionados pela exposição dada pelos grandes do futebol carioca, os clubes de menor expressão do Rio de Janeiro aproveitam os primeiros meses da temporada para faturar e divulgam marcas para diferentes públicos-alvo em suas camisas. Os acordos de patrocínio fazem das camisas de Quissamã, Nova Iguaçu, Bangu e cia. vitrines mais acessíveis financeiramente. De olho na repercussão, empresas expõem produtos que vão de creme para assaduras a material de construção, passando por cosméticos. Até homenagem a dirigente morto cabe nos uniformes.

O interesse das empresas em estampar marcas nas camisas dos pequenos é visto como fundamental para a sobrevivência durante a disputa do Estadual. Neste cenário, toda ajuda é benvinda, com direito a publicidades curiosas. A opção de ter um patrocinador master, porém, foi descartada pelo Boavista. O clube decidiu usar a parte mais nobre de sua camisa para homenagear um dirigente no Carioca-2013.

O uniforme tem a inscrição "Zé Luca" estampada na parte da frente e de trás. O empresário Zé Luca Magalhães Lins, morto em novembro de 2012 por causa de um tumor no cérebro, era dono do clube de Saquarema e é lembrado por iniciativa de seu irmão. O Boavista fará a homenagem póstuma até o final do campeonato, mas não descarta divulgar parceiros na camisa a partir do segundo turno.


“Tínhamos a BMG até o final do ano passado, mas o contrato não foi renovado. O falecimento do Zé Luca em novembro determinou essa homenagem, feita pelo irmão dele”, explicou João Silva, diretor técnico do Boavista. A homenagem, no entanto, pode ser deixada de lado em caso de uma boa proposta.

“Não atrapalha empresas interessadas, que têm outros espaços para divulgar a marca na camisa. As empresas interessadas podem chegar e nos fazer propostas, porque somos flexíveis em relação a essa homenagem. Poderíamos mudar em caso de uma boa proposta. Temos essa opção”, completou o dirigente do Boavista.

Outros clubes já se abriram para as empresas. O Quissamã tem parceira com a Zioxy, que produz um creme para prevenção de assaduras à base de óleo de jaca. Diones Silva, presidente do time do Norte Fluminense, exalta o acordo e diz que há espaço para que qualquer produto seja exposto no meio do futebol.

“Tenho certeza que há retorno para a empresa, porque o esporte desperta interesse em vários públicos. Com a marca no nosso uniforme, eles acabam atingindo o público de uma forma diferente”, lembra o cartola do Quissamã, clube que carrega outras três marcas na camisa e paga a sua folha salarial com a verba proveniente dos patrocinadores.

Outras empresas aproveitam os uniformes dos clubes pequenos do Rio de Janeiro para “vender” seus produtos. O Nova Iguaçu tem o apoio de empresa de cosméticos Niely, que está estampada na parte mais nobre de sua camisa laranja. O Bangu faz propaganda de loja de material de construção. Todas as marcas dividem espaço com outras. Portanto, os empresários ainda têm tempo para garantir uma publicidade nos campos cariocas – basta apenas uma boa oferta.


Matéria escrita por Luiz Gabriel Ribeiro para o UOL.